De janeiro a maio de 2022, uma mulher foi vítima de feminicídio a cada três dias no estado do Rio de Janeiro. No total, foram 52 mortes, sendo a maioria causada por parceiros inconformados com o término do relacionamento.
Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), os registros de feminicídio subiram 73% em cinco anos – 22 assassinatos a mais do que no mesmo período de 2017. As tentativas de feminicídio aumentaram 22%. Foram 128 casos nos primeiros cinco meses do ano.
Na quarta-feira (29), Valquíria Celina Ferreira Santos foi mais uma vítima de feminicídio. Aos 35 anos, ela foi espancada pelo parceiro com uma escavadeira manual. Junto dela há oito meses, Júlio César Perrona a teria agredido por ciúmes e está preso.
“Eu perdi minha filha de forma brutal. Foi encontrada de manhã pelo meu neto de dez anos. Encontrou ela toda ensanguentada e veio gritando: ‘Minha mãe está morta, minha mãe está morta, minha mãe está morta’”, conta o pai de Valquíria.
Além do menino mais velho, Valquíria deixa também um filho de oito anos.
“Queria dizer para todas as mulheres: não aceite nenhum tipo de problema com homem. Deu o primeiro tapa, larga. Deu o primeiro beliscão, o primeiro empurrão, larga, porque os psicopatas se mostram assim. Eles dão pequenos sinais. Corre atrás porque isso nunca será amor. Por favor, mulheres, fiquem atentas que a vida da gente é muito preciosa”, orienta a mãe de Valquíria, Zilma Ferreira Santos.
Nathália Maria da Silva sobreviveu. Foi atacada em frente ao filho pelo ex-marido, Joilson do Carmo Tavares, que está preso.
“Tem sido uma luta vê-la passar por isso, mas ela está se recuperando. Ela levou um tiro, muitos golpes de faca, o nariz está quebrado, ainda vai passar por uma cirurgia. Outras mulheres que também passam por essa situação, que não vencem a tortura, que não vencem os tiros, que não vencem nada… Eu agradeço a Deus porque minha filha venceu”, diz a mãe de Nathália, Luciana Maria da Silva de Paula.
Outra sobrevivente, a jornalista Luka Dias também foi agredida por um homem com quem se relacionava e ainda carrega cicatrizes.
“Nós, vitimas, sofremos o trauma físico e o trauma psicológico muito forte. O físico a gente conserta, a gente vai no médico, mas o psicológico… Eu estou tendo altos e baixos. É uma luta, e acredito que nós podemos vencer”, define.
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