Novembro 21, 2024

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Jovem do Acre desaparece em Macaé e família pede respostas: ‘Quero saber se meu filho está vivo ou morto’

A família do jovem João Victor Silva de Oliveira, de 19 anos, tem passado por momentos de desespero há 4 dias desde que o jovem desapareceu em Macaé. Familiares que moram em Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, onde ele nasceu, clamam por respostas. A mãe dele, Eliana Andrade da Silva, que mora em Rio Branco, está desesperada sem saber o que realmente aconteceu com o filho.

João Victor saiu da cidade no interior do estado há cerca de dois meses. Segundo a família, ele tinha um relacionamento amoroso com um outro jovem que o convenceu a ir embora do estado.

A família encaminhou o boletim de ocorrência feito na cidade do Rio de Janeiro registrando o desaparecimento do jovem. O comunicante é, segundo a família, o companheiro com quem ele morava.

No registro de ocorrência, o rapaz diz que João Victor foi até uma região chamada Bosque Azul comprar maconha e indica que teve informações de que ele estava morto por uma facção que domina a área.

“A versão dele é que meu sobrinho sumiu desde sexta, contando que a facção matou e agora tá contando que teve um tiroteio e ele foi morto e eu quero meu sobrinho de volta. Ele tem que dar conta, não é só dizer que morreu. A família está desesperada”, diz a tia Eliete Andrade da Silva, tia do Victor.

No RJ, a família conta que o jovem que está desaparecido era mantido pelo companheiro, que bancava a estadia dele na cidade. João Victor não tinha familiares fora do Acre a única pessoa que pode passar informações para a família é com quem ele tinha o relacionamento.

“Ele contou para nós que o Victor saiu para comprar maconha em uma favela e foi morto. Ele disse que viram no celular do Victor um monte de coisa de facção, mas o Victor não é de facção. Ele tinha um relacionamento com esse rapaz e não é de agora, toda família sabe que eles tinham um relacionamento amoroso. Já temos pelo menos três versões e ninguém sabe o que realmente aconteceu com meu sobrinho. A gente desconfia que ele está mentindo”, contou a tia.

João Victor, em Cruzeiro do Sul, vendia churrasquinho ajudando o pai. Segundo a família, há cerca de dois meses, o companheiro do jovem pediu que ele fosse morar junto com ele no Rio de Janeiro e bancou a mudança dele.

A mãe dele, Eliana da Silva, conta que nos últimos contatos que teve com o jovem, ele chorava muito e dizia que queria voltar para a cidade.

“Meu filho não era envolvido em facção. Estou desesperada, quero saber se meu filho está morto, se está vivo. Meu filho era tão conhecido, era uma pessoa muito boa. Dias antes de ele sumir, me ligou, disse que tava com saudade de mim, dos amigos e que ia ficar lá só um ano mesmo. Ele disse que me amava, foi a última vez que falei com meu filho”, conta a mãe bastante emocionada ao lembrar do único filho.

A mãe contou ainda que o companheiro do jovem passou a não responder mais a família. “Não dá mais retorno pra gente”, disse.

‘A gente vai descobrir o que aconteceu com o Victor’
A pessoa que morava com João Victor em Macaé, e que prefere não se identificar, disse que não existem versões diferentes. Que há apenas uma versão, que é a dada à Polícia Civil. Ele também destacou que o jovem havia feito algumas amizades no bairro e que relatou isso às autoridades.

A iniciativa de tirar o jovem de Cruzeiro do Sul, segundo ele, era para que ele pudesse ter mais oportunidades. Na noite do desaparecimento do jovem, o homem, que alega não ser namorado de João Victor e sim amigo e ter uma relação de irmão, conta que chegou a ir sozinho no morro em busca dele, mas sem sucesso.

Depois disso, ele foi registrar o boletim de ocorrência. No dia seguinte, voltou à delegacia para acrescentar mais detalhes dos dias que antecederam o desaparecimento do jovem.

No relato, ele diz que Victor tinha feito amizade com um rapaz, que foi o primeiro a levá-lo nesse morro para consumir drogas e que teria se negado a sair da casa dos dois após o sumiço do estudante. Ele contou que o jovem estava terminando ainda o terceiro ano do ensino médio.

“Tudo que eu fiz por ele foi pra ajudar a encontrar ele. Estou de pé por ele. A única informação que temos é de que ele foi até lá e não voltou e não temos notícias de algum jovem que tenha morrido. E outra coisa, Victor não é de facção. Todos nós precisamos de respostas e não vou descansar, eu vou levar essa história para o fim da minha vida, posso levar 50 anos, mas a gente vai descobrir o que aconteceu com o Victor”, finaliza.

Fonte: G1