O candidato a vereador do PT Leonel de Esquerda acusa o deputado estadual e candidato à prefeitura pelo União Brasil, Rodrigo Amorim, de agressão. O episódio ocorreu na Praça Varnhagen, na Tijuca. Leonel afirma ter sido agredido por Amorim e está hospitalizado no Glória D’Or, com fraturas no nariz e na boca.
Em vídeos, é possível ver que o tênis que atinge o rosto de Leonel é o mesmo que Amorim estava usando na agenda. O parlamentar, por sua vez, nega e se diz vítima de calúnia. Os dois prestaram queixa na Polícia Civil, que investiga o caso. A corporação faz diligências.
Tudo começou por volta das 11h da manhã, quando os dois políticos se encontraram. Leonel de Esquerda estava distribuindo material de campanha na região, enquanto o deputado estadual participava de um ‘adesivaço’ de seu irmão, o vereador Rogério Amorim.
Conhecido por seus vídeos nas redes sociais, o petista, então, teria começado a filmar o deputado estadual, chamando-o de ladrão e miliciano. Amorim reagiu, chutando o seu celular. Quando Leonel foi tentar pegar o aparelho, terminou agredido por um grupo de pessoas.
Enquanto Leonel afirma ter sido espancado por Amorim, o mesmo diz que ele caiu no chão e foi machucado pelo tumulto provocado por transeuntes.
A briga deu origem, inclusive, a duas queixas distintas na Polícia — uma por agressão, movida pelo PT, e outra por calúnia, por parte do político do União Brasil. No registro de ocorrência de Amorim, ele diz às autoridades que se sentiu intimidado pelas ofensas e afirma ter visto um “contorno suspeito” na calça de Leonel, que julgou ser uma faca.
Em nota, o diretório municipal do PT prestou solidariedade ao filiado e cobrou providências imediatas das autoridades diante do ataque deste domingo. “Mais um episódio de ataque à democracia brasileira, às eleições livres e à integridade física daqueles que candidatam-se ao voto popular”, diz trecho.
Já a assessoria de Rodrigo Amorim afirmou que ele agiu em defesa própria após provocações e ofensas. “O youtuber caiu durante a confusão e o deputado reagiu pedindo para todos os envolvidos se afastarem a fim de acabar com o tumulto. Em seguida, se abrigou, diante da chegada de seguranças de Leonel”, afirma.
Sua assessoria diz ainda que Amorim vem evitando conflito. Como exemplo, cita uma agenda que foi remarcada, há dez dias. No último dia 21, Amorim ia panfletar próximo ao metrô da Carioca, mas desistiu ao descobrir que o candidato do PSOL, Tarcísio Motta, estaria no local.
Outras eleições
Esta não é a primeira vez que Rodrigo Amorim enfrenta acusações de violência durante o período eleitoral. Em 2022, o presidente da Embatur, Marcelo Freixo, então candidato a governador, e aliados denunciaram intimidação por parte do deputado, que teria feito provocações e interrompido uma caminhada, também no bairro da Tijuca.
A confusão que se deu durante uma agenda na Praça Saens Peña terminou com bandeiras rasgadas, hostilidades e brigas. Amorim, por sua vez, negou qualquer violência física e disse que o tumulto começou após ele, sua família e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) terem sido ofendidos. Ele inclusive registro boletim de ocorrência na polícia contra Freixo por crime contra a honra, e no TSE por campanha antecipada ao cargo de governador.
— Não posso ouvir ofensas ao presidente que tem o meu apoio e ficar calado — disse, à época.
Aliado de primeira hora de Bolsonaro, Rodrigo Amorim ganhou projeção nacional nas eleições de 2018, quando, ao lado do ex-deputado Daniel Silveira, quebrou uma placa em homenagem a vereadora Marielle Franco, brutalmente assassinada naquele ano.
Nas eleições municipais, concorre como uma linha auxiliar do bolsonarismo na capital, que oficialmente apoia o deputado federal e ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem (PL).Sua primeira agenda de rua ocorreu na última quinta-feira (28), quando esteve no Aeroporto Santos Dumont. Até o momento, ele tem feito pouco corpo a corpo com os eleitores.
O que diz o PT
O partido dos trabalhadores vem a público repudiar e cobrar providencias imediatas às autoridas constituídas frente a mais um episódio de ataque à democracia brasileira, às eleições livres e à integridade física daqueles que candidatam-se ao voto popular.
Hoje, Rodrigo Amorim candidato a Prefeito pelo União Brasil e integrantes da sua campanha , agediram covardemente o candidato a vereador do PT Leonel de Esquerda, que nesse momento encontra-se hospitalizado, ainda sem boletim médico divulgado. Reafirmamos nossa solidariedade aos familiares e ao nosso companheiro Leonel de esquerda.
O que diz Amorim
1- Na manhã deste domingo (01/09) o deputado estadual Rodrigo Amorim foi acompanhado de sua esposa ao encontro – informalmente – de seu irmão, vereador Rogério Amorim, para que juntos fossem almoçar com suas famílias na Praça Varnhagen, na Tijuca. No momento, acontecia um evento da campanha de reeleição do líder do PL, amplamente divulgado nas redes.
2- O youtuber que usa a alcunha “Leonel de Esquerda” – que há alguns anos dirige provocações e ofensas contra a honra da família do deputado – premeditou (conforme foi descrito em Boletim de Ocorrência) uma abordagem ao candidato.
3- Quando o deputado chegou à praça, foi abordado por Leonel, que filmava tudo com um celular enquanto proferia ofensas à família de Amorim, em especial sua mãe, falecida em 2020, e ao presidente Jair Bolsonaro. Havia um contorno suspeito na cintura do youtuber, que poderia ser uma faca, e ele ainda estava acompanhado por dois seguranças.
4- Ao ser assediado por Leonel, Amorim agiu em defesa própria, tentando afastar o celular do youtuber de seu rosto. O youtuber caiu durante a confusão e o deputado reagiu pedindo para todos os envolvidos se afastarem a fim de acabar com o tumulto. Em seguida, se abrigou, diante da chegada de seguranças de Leonel.
5- Todos os fatos foram devidamente registrados pelos advogados do deputado na 19ªDP (Tijuca)
6 – O deputado lamenta mais uma vez a tentativa de autopromoção do youtuber que é filiado ao PT e tenta uma cadeira na Câmara de Vereadores. Os advogados do deputado solicitaram uma medida de afastamento do Youtuber em relação ao deputado, para preservar a integridade física de Amorim e evitar que essa conduta – recorrente há três eleições – se repita
7- Cabe lembrar que há dez dias o deputado cancelou uma panfletagem em frente ao metrô da Carioca porque a agenda coincidiria com a de Tarcisio Mota, do PSOL, com o intuito de evitar situações de conflito.
8- O deputado ressalta ainda que não estava em campanha, e sim como cidadão comum indo almoçar na Praça Varnhagem com sua família.
Fonte: O Globo
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