Até o final deste ano, as mães atípicas, solos, vítimas de violência ou em situação de vulnerabilidade social oriundas do Bolsa Família vão poder contar com um suporte emocional e financeiro. É que a Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct) firmou uma parceria com a Associação Marias da Baixada, para desenvolver o projeto “Mães empreendedoras da Baixada”. Por meio desse convênio, a secretaria vai oferecer o espaço e a Associação garantirá oficinas de geração de renda como crochê, pintura em tecidos, sabonete artesanal, bordados em fita, doces modelados, entre outros.
O projeto vai atender mães de alunos da Escola Municipal Santa Terezinha e da Creche Escola Maria da Conceição dos Santos Tavares, ambas situadas em Baixa Grande, funcionando no espaço da creche. O convênio foi firmado durante reunião com a secretária de Educação, Ciência e Tecnologia, Tânia Alberto; a coordenadora do Bolsa Família na Educação, Sílvia Teixeira; o articulador pedagógico de Educação Escolar Quilombola, Diego Santos; a presidente da Associação, Iara Silva Lima Alexandrino; e a assistente social e coordenadora do projeto, Ana Carolina Chagas.
De acordo com Sílvia, a ideia da parceria surgiu a partir da percepção do Serviço Social da Seduct, que constatou que a maioria das mães de alunos atípicos não conta com uma rede de apoio e, segundo a coordenadora, cuidar de crianças atípicas é ainda mais complexo.
“A mãe precisa lidar com as necessidades de seu filho, ficando as suas necessidades em segundo plano. Essa realidade tem nos incomodado. Nossa expectativa com esse trabalho das Marias das Baixada é que essas mulheres sejam acolhidas em seus medos, dúvidas e inseguranças e consigam se enxergar como mulher, que precisa ser fortalecida e, dessa forma, elevar e melhorar a sua qualidade de vida e consequentemente de seus filhos”, conta Sílvia.
O objetivo é que no final do trabalho seja realizada a I Feira Artesanal da Baixada Campista, e todas as alunas tenham um estande para divulgar seu trabalho. A presidente da Associação, Iara Alexandrino, contou que esse é um projeto pioneiro, com atendimento a cerca de 40 mulheres cujo filhos encontram-se matriculados na Rede Municipal.
“É importante frisar que a parceria com a Secretaria de Educação abre portas para além da nossa associação. Como a nossa sede é em Goitacazes, a gente não consegue estar em todos lugares por conta da distância. Com essa parceria, nossa equipe vai até as escolas e vai atingir espaços que antes não conseguiríamos devido à luta das mães atípicas, das mães solos, das mulheres pretas, em sua maioria periféricas, que não conseguem estar presentes por falta de oportunidade financeira. Hoje, essas mulheres sobrevivem do Bolsa Família, e ter uma renda extra vai ajudar muito. Você poder cuidar do seu filho e fazer um crochê em casa, uma toalha bordada, uma pintura em toalha em tecido, fabricar o seu sabão, já é uma renda extra para uma carne, um pão. São coisas diárias que você consegue fazer dentro da sua própria casa. Então, essa parceria foi formidável, porque visa a atingir o público que realmente é vulnerável”, ressaltou Iara.
A Associação Marias das Baixadas é uma entidade filantrópica, fundada em 2017, com o objetivo de atender mulheres em situação de vulnerabilidade social, moradoras na Baixada Campista, em especial, mães atípicas. Essas mulheres são acompanhadas pela equipe técnica da Instituição, e inseridas no projeto de geração de trabalho e renda.
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