A manicure Dayane Gomes, muito emocionada e abraçada à boneca preferida da filha de seis anos, Débora Vitória, pediu Justiça pela morte da menina. A filha mais nova, de de seis anos, morreu na sexta-feira (11), no bairro Ilhotas, Zona Sul de Teresina. Segundo ela, a menina foi baleada por um policial que reagiu a um assalto anunciado contra as duas.
O caso aconteceu na noite de sexta-feira (11), por volta das 18h30. Dayane contou que um rapaz abordou as duas na porta de casa, pediu o celular dela e disse que o assaltante não tinha sacado a arma. Segundo ela, a menina de seis anos foi morta por um policial que bebia nas proximidades e reagiu ao roubo.
“Por que ele reagiu por causa de um celular? Podia não ter reagido, eu dava moto, celular, eu dava tudo pra ter minha filha aqui comigo agora, eu dava minha vida”, disse, chorando muito, a mãe da menina.
Ela contou que saía de casa com a menina, a mais nova de quatro irmãos, quando ainda na porta de casa elas foram abordadas por um assaltante, pelo lado direito, que pediu o celular dela. De acordo com a manicure, ele mostrou a arma na cintura, mas não estava com a arma apontada para elas.
Ela entregou o aparelho e, quando olhou para o lado esquerdo, viu o policial correndo com a arma em punho. Segundo ela, o policial já era conhecido na vizinhança, morava perto, e estava na esquina da rua, em um bar.
“Todo dia ele está sentado ali bebendo. Ele veio correndo com a arma na mão e ele [assaltante] falou: ‘Vai atirar? Vai atirar?’. Quando ele [policial] deu o primeiro tiro eu já senti que pegou na minha filha, ela caiu assim [de lado]. O bandido nem tinha tirado a arma”, contou a mãe.
No momento em que o policial atirou, o assaltante tirou a arma e disparou, atingido Dayane. “Na hora que ele [assaltante] puxou, estava muito perto de mim, nervoso, ele atirou. Pegou aqui [na coxa direita], pegou e saiu no meu cóccix”, contou a mãe.
As duas foram levadas para o Hospital de Urgência de Teresina e a menina morreu no hospital. A mãe recebeu atendimento médico e foi liberada horas depois.
Caso sob investigação e policial continua solto
Inicialmente, a principal suspeita era de que a menina tinha sido atingida pelo assaltante. Dois homens chegaram a ser presos por suspeita de envolvimento no caso e permanecem presos para investigação.
Dayane já havia relatado nas redes sociais, nesse domingo (13), que o tiro que matou sua filha, Débora Vitória, de 6 anos, foi disparado por um policial que tinha reagido ao assalto. O policial já foi intimado a depor, segundo o Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), mas ainda não compareceu.
Ele é um tenente da PM do Piauí, que estava aposentado, mas voltou à ativa. Segundo o delegado geral de Polícia Civil do Piauí, Lucy Keiko, um exame balístico vai confirmar quem disparou contra a criança e os policiais têm um prazo para concluir o flagrante do caso.
“Vamos verificar por que esse policial reagiu, se tinha necessidade desses disparos e apontar o responsável pela morte dessa criança”, disse.
‘Era meu alicerce, meu tudo’
Muito emocionada, a mãe disse que não sabe agora como vai seguir a vida. Dayane contou que todos os dias era acordada pela menina, que dizia repetidamente o quanto amava a mãe.
“Eu não vou aguentar ficar aqui sem ela, nem sei o que vou fazer da minha vida sem ela, meu alicerce era ela. Era quem me acordava todo dia, dizendo ‘mamãe, eu te amo tanto, do tanto da água do mar, eu fui pro mar e vi que é muita agua, te amo desse tanto'”, contou ela entre lágrimas.
Fonte: G1
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