Uma ação promovida pelo projeto Pró-Medula de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, está incentivando a doação de medula óssea no Rock in Rio. Cerca de 30 voluntários do projeto, sendo 4 campistas, vão atuar na conscientização do público de um dos maiores festivais de música do mundo, que está sendo realizado até o próximo domingo (11), no Rio de Janeiro.
Além de ser referência na realização de atividades hemoterápicas e hematológicas, o Hemocentro Regional de Campos (HRC) se tornou no ano passado o primeiro do interior a ser polo de cadastro para doação de medula óssea. O transplante de medula é um tratamento indicado para pacientes com doenças de sangue, como leucemia, linfomas e alguns tipos de anemia, substituindo as células doentes de medula óssea por células saudáveis.
A Diretora do Hemocentro Regional de Campos, Sandra Chalhub, comenta que o cadastro de medula óssea já faz parte do hemocentro há alguns anos. “Em 2008 tivemos a primeira campanha de cadastro de medula em Campos junto com a Secretaria Municipal de Saúde. Em 2019, em conjunto com Laboratório de Histocompatibilidade e Criopreservação (HLA) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), tivemos o nosso segundo evento de cadastro de medula óssea e foi o maior evento desde que foi constituído essa forma de cadastro, com mais de 2 mil cadastros. A partir disso, tivemos reuniões com a equipe da UERJ e o HemoRio para que pudéssemos ser um polo de cadastro de medula óssea, conquista nossa em outubro do ano passado. Isso tem uma grande importância, pois possibilita que pessoas no Norte e Noroeste, da Região Sul Capixaba e até região de Minas, possam se cadastrar sem ter que ir para lugares mais distantes”, destacou.
Participação no Rock In Rio – “Essa é a terceira vez que a ONG é convidada para participar do festival. A organização do evento nos convidou e vai conceder um estande com todo o espaço necessário. Essa ação é muito importante porque lá fazemos a conscientização das pessoas que estão no Rock In Rio, muitas pessoas tem o interesse de saber do que se trata e lá informamos o porquê de cadastrar, como se cadastrar, como é feito o transplante. É um serviço de formiguinha, a cada pessoa que aparece nos vamos fazendo essa conscientização, além disso, também mostramos um link para as pessoas se cadastrarem como doadores e para atualizarem os cadastros”, comunicou o Luis Fernando, coordenador nacional do Pró-Medula.
O Guilherme Trindade é dentista em Campos e foi doador de medula óssea em 2017, após ter um familiar diagnosticado com leucemia. Ele conta que esse ano vai participar pela segunda vez no Rock in Rio divulgando a campanha. “Tive um caso de leucemia na minha família e na época fui até o Rio e fiz o cadastro, 6 meses depois fui informado que tive uma compatibilidade com uma pessoa e a partir disso, fiz vários exames e realizei a doação. Depois disso, fiz um vídeo falando sobre o meu relato como um doador e postei no Youtube. Teve um total de 73 mil visualizações. Esse ano, fui convidado novamente para participar do estande do Pró Medula no Rock in Rio, que vai estar em frente ao palco mundo. Lá terá vários voluntários, entre eles, pessoas que receberam, pessoas que doaram, vamos estar lá divulgando a importância do cadastro”, esclareceu.
Priscila Pixoline Costa, que recebeu um transplante de medula óssea em 2019, comenta como foi a descoberta da leucemia e o início da campanha em Campos. “Quando descobri que estava com leucemia e precisava de um doador de medula, eu e meu marido começamos uma mobilização entre amigos e familiares para saber quem era compatível. A partir disso, começamos uma campanha em universidades, escolas, em vários locais conscientizando as pessoas sobre a doação de medula.
A ideia era cadastrar familiares e amigos que não podiam se deslocar até a capital, pois até então não tinha um polo de cadastro aqui na cidade, mas durante o processo fomos conhecendo outras pessoas que precisavam de um doador e também de pessoas que abraçaram a campanha dando apoio. A iniciativa foi crescendo e realizamos a campanha em novembro de 2019 aqui em Campos que conseguiu juntar mais de 3 mil pessoas em 2 dias de campanha no Centro Integrado de Educação Pública – Ciep da Lapa. Foram dias inesquecíveis, a ideia era cadastrar mil pessoas e conseguimos muito mais, foi incrível”, informou.
Como ser cadastrar – O Hemocentro é anexo ao Hospital Ferreira Machado (HFM) e atende à demanda de 25 unidades hospitalares da região, como São Fidelis, Pádua, Quissamã, São João da Barra, São Francisco de Itabapoana e outros. O HRC funciona diariamente, das 7h às 18h, inclusive aos sábados, domingos e feriados e fica localizado na Rua Rocha Leão, n° 2, no bairro do Caju. Para se tornar um doador de medula óssea é necessário: Ter entre 18 e 35 anos de idade; estar em bom estado de saúde; não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue (como infecção pelo HIV ou hepatite) e não apresentar história de doença neoplásica (câncer), hematológica ou autoimune (como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide). Para realizar o cadastro de doação de medula óssea no HRC é necessário doar sangue.
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