Policiais civis da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Duque de Caxias (Deam-Caxias) prenderam, neste domingo (17), um homem suspeito de estuprar e manter em cárcere privado a própria enteada, de 11 anos.
A investigação constatou que a vítima passou ao menos os últimos dois anos presa em casa. Durante esse tempo, ela engravidou e o bebê nasceu na semana passada em um hospital de Caxias.
Foi assim que a polícia soube do caso e começou a investigação. A delegada Fernanda Fernandes, titular da Deam-Caxias, disse que a menina só foi levada para a unidade de saúde porque, provavelmente, houve complicações no pós-parto.
“Eles [padrasto e mãe da menina] tiveram que solicitar auxílio do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) porque deve ter tido alguma complicação. Os dois foram para o hospital e nós recebemos uma ligação”, detalhou Fernanda Fernandes.
Ouvido pela polícia, o casal alegou que a menina foi estuprada por um homem armado há mais ou menos 9 meses. Aos agentes da Deam, padrasto e mãe disseram que a criança não tinha barriga e, supostamente, eles só souberam da gravidez no dia do parto.
A suspeita dos investigadores é de que a criança era mantida escondida por sofrer sucessivos abusos do padrasto. Inclusive, a investigação apontou que o parto da menina ocorreu em casa.
Prisão
O padrasto da menina, suspeito de estuprá-la, foi detido pelos agentes da Deam-Caxias próximo ao Hospital Adão Pereira Nunes, onde ela e o bebê a que deu a luz estão internados.
Antes de conseguir que a Justiça decretasse a prisão temporária, polícia já tinha solicitado que fossem determinadas medidas protetivas para a menor. Entretanto, só o padrasto foi impedido de visitá-la.
Segundo explicação da delegada, a mãe da menina não foi presa, mas também é investigada. Inicialmente, por abandono intelectual, já que a criança não vai para a escola há dois anos.
Estupros recorrentes
Com o hospital, os investigadores descobriram que o ânus da criança foi violentado e com cicatrizes de violências anteriores. Para a polícia, os abusos podem ter iniciado antes mesmo da gravidez.
Isso levou os agentes a suspeitarem que os estupros eram recorrentes e cometidos por pessoas próximas do convívio familiar da criança, já que testemunhas apontaram que a menina não era vista saindo de casa.
Ao ser ouvido pela primeira vez, o padrasto concordou em fazer um exame de DNA, mas quando uma equipe da polícia foi à casa dele, o homem mudou de ideia. Ele justificou dizendo que precisaria conversar com a esposa, mãe da vítima, o que causou estranheza nos policiais.
A prisão do padrasto foi autorizada pelo plantão judiciário e ele foi detido próximo ao hospital, quando segundo a polícia tentava visitar a criança. Ele ficará preso temporariamente, inicialmente por 30 dias, enquanto as investigações avançam.
Fonte: G1
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