Pessoas em situação de rua, que não sabem ler nem escrever, assistidas pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social, no CentroPop, estão tendo a oportunidade de serem alfabetizadas.
Para alfabetizar as pessoas em situação de rua, abrigadas no CentroPop – equipamento da Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social, que funciona na Rua Barão da Lagoa Dourada, 23, no Parque Tomás Coelho – a Prefeitura implementou o EducaPop. O Programa é coordenado pela pedagoga, Poliana Soares Martins, com participação de equipes de profissionais da própria Secretaria, para ministrar as aulas e aplicar dinâmicas, palestras e oficinas.
Na aula desta quarta-feira (04), a professora Nice Reis, além da atividade pedagógica, recomendou aos alunos atividades envolvendo pesquisas com recorte de imagens, com objetivo de motivar a busca pelo conhecimento. O aluno Sérgio Reis, 50 anos, demonstrou empenho durante a aula.
LER E ESCREVER COMO SINÔNIMO DE ESPERANÇA
“Estou acolhido aqui no CentroPop há um mês e, quando soube do curso para ensinar a ler e escrever, fiquei muito feliz. Passei minha infância e adolescência no interior e estudei apenas as primeiras séries da alfabetização, mas comecei a trabalhar ainda criança na roça e só tinha aprendido as vogais. O tempo passou e eu não tive oportunidade de estudar. Mas o pessoal aqui incentiva a gente e estou decidido a aprender a ler e a escrever para conseguir um emprego decente e mudar de vida”, relatou Sérgio Reis.
O CentroPop não é um espaço apenas para referenciar as pessoas em situação de rua. O órgão funciona de domingo a domingo com alimentação para os assistidos, que recebem café da manhã, almoço e lanche da tarde. No local as pessoas têm as condições necessárias para cuidar da higiene pessoal, já que as instalações são dotadas de sanitários e chuveiros apropriados, lavanderia, cama e armários para guardar os pertences. Além disso, recebem atenção da equipe multidisciplinar constituída por assistentes sociais, psicólogos e professores, coordenados pela pedagoga, Poliana Soares Martins.
PALAVRA DA PEDAGOGA
“Aqui no CentroPop os assistidos recebem boa acolhida e são envolvidos em diversas atividades. No EducaPop oferecemos oportunidade para aqueles que não sabem ler nem escrever fazer a alfabetização. Alguns, no início, dizem não, porque se sentem constrangidos pelo fato de serem adultos e não saberem ler nem escrever. Mas os esclarecimentos e orientações têm dado resultado. É muito gratificante acompanharmos a evolução desses alunos. Mesclamos aulas com outras atividades, como dinâmica de grupo, oficinas e palestras motivadoras para o empreendedorismo, por exemplo. Temos a participação de entidades da sociedade civil, que fazem trabalhos voluntários, como o Grupo Anjos da Madrugada, que esteve aqui realizando atividades com eles e que acrescenta muito no processo de socialização e desenvolvimento humano e social”, relatou Poliana Soares Martins.
“ENSINAR É GRATIFICANTE”
A professora Nice Pires explica que os alunos em situação de rua são motivados a participar do Programa de Alfabetização, mas não são obrigados.
“Os assistidos aqui no CentroPop são livres para participar das aulas de alfabetização. Realizamos palestras e conversamos com os assistidos para motivá-los a participar e é muito gratificante percebermos que aqueles que iniciam sem, sequer, ter habilidade para segurar o lápis, demonstram interesse em aprender. Eles evoluem, conhecendo as letras e conseguem juntar vogais e formar palavras”, relata a professora, que exprime o comprometimento dos profissionais que atuam no CentroPop.
ELEVAÇÃO DO NÚMERO DE ATENDIMENTOS ESPECIALIZADOS
O Secretário Municipal de Desenvolvimento Humano e Social, Rodrigo Carvalho, esclarece que o EducaPop é um dos muitos programas da secretaria que está sempre atento às necessidades dos assistidos.
“O CentroPop mudou de endereço exatamente para, neste espaço adequado, podermos implementar os atendimentos especializados com a equipe multidisciplinar, como as oficinas, o CinePop e as palestras para promover o desenvolvimento humano dos usuários”, ressalta Rodrigo Carvalho, que contabiliza 2.251 atendimentos especializados entre janeiro e março de 2022 para pessoas com em situação de rua e abordagens sociais. Este número representa 28% de aumento em relação a idêntico período de 2021.
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