Em um gesto que soa mais como ironia do que como valorização real do funcionalismo, a prefeita cassada de Cardoso Moreira, Geane Vincler, anunciou ontem um aumento de exatos 7,5% nos salários dos servidores públicos municipais. Coincidência ou não, é o mesmo percentual aplicado ao reajuste do salário mínimo nacional neste ano. Brilhante originalidade administrativa.
A fala da prefeita foi recheada de palavras como “compromisso” e “responsabilidade com o servidor”, mas os números contam outra história: o índice de 7,5% mal cobre a inflação acumulada no período. Na prática, o aumento chega como um placebo institucional — um reajuste que parece algo, mas não muda quase nada no bolso de quem realmente trabalha para a máquina pública funcionar.
Geane, que deixou o cargo carregando o peso político de uma gestão marcada por controvérsias, parece ter tentado um último afago aos servidores antes de deixar o posto. Mas o que poderia ter sido um gesto ousado de valorização virou, nas palavras de um servidor ouvido informalmente, “mais um teatrinho de fim de festa”.
Não se pode negar o simbolismo da decisão: a prefeita replicou exatamente o mesmo reajuste do salário mínimo. Afinal, por que pensar em um índice próprio, justo, que reconheça a defasagem histórica dos salários no município, se é possível simplesmente copiar a planilha de Brasília?
A pergunta que fica é: esse aumento é uma política de valorização real ou apenas uma tentativa de maquiagem fiscal num fim de mandato complicado?
Enquanto isso, os servidores seguem contando centavos, e a população assiste a mais um capítulo da novela “Cardoso Moreira: entre o discurso e a realidade”.
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