Um acidente envolvendo um caminhão e um ônibus matou 12 estudantes universitários no interior de São Paulo. O motorista da carreta está preso.
A educadora Cássia Luzia Felizardo é mãe de uma das vítimas: Caio Felizardo da Silva, de 26 anos, cursava o segundo ano de Psicologia.
“Eu sei que eu vou ter muita dificuldade em ficar longe da presença física dele, a presença física dele vai demorar muito para eu entender que ele não vai voltar mais”, diz.
O filho do caminhoneiro Jean Carlos dos Reis tinha acabado de entrar no curso de Arquitetura. João Pedro, de 19 anos, estava no quarto dia de aula.
“Mandou foto da sala: ‘Papai, isso aqui é a minha sala’. Só isso. A gente não acredita que isso acontece com a gente. Liguei para perguntar e a minha esposa falou, não, ele não chegou ainda não. Daí ficou essa tortura até agora. Nós ficamos indo nos hospitais”, conta.
O acidente ocorreu na noite de quinta-feira (20) em uma estrada de pista simples entre as cidades de São José da Bela Vista e Nuporanga. A carreta bateu na lateral do ônibus que transportava 31 estudantes que voltavam de uma universidade na cidade de Franca Doze morreram no local. Outras dezenove pessoas se feriram. Policiais e bombeiros passaram a noite no socorro aos sobreviventes e na limpeza dos destroços que ficaram pela pista. Ainda muito abalado, o motorista do ônibus, que sofreu ferimentos no rosto, contou o que aconteceu:
“Eu vi a luz e eu fiquei pensando. Nossa, a luz aí está errada. E aí eu já fui maneirando, maneirando, e fui tirando, tirando, e eu pensando: ‘Nossa, não é possível que esse cara vai me acertar aí’ (se emociona)”, conta o motorista de ônibus Eduardo Henrique de Andrade Justino.
Ele e os outros feridos foram levados para a Santa Casa de São Joaquim da Barra. Os corpos dos doze estudantes mortos estão no IML da cidade. Segundo a polícia, depois do acidente, o motorista do caminhão se escondeu em um canavial, mas acabou preso. O exame do bafômetro deu negativo. Ainda no local, ele deu a versão dele sobre o acidente.
“Eu vinha vindo ali… Me perdi no buraco e saí fora. Saí fora. Passei na valeta, na canaleta de água. No que ele voltou, pegou o ônibus que vinha vindo”, diz o motorista de caminhão Evandro Rogério Leite.
O delegado de São Joaquim da Barra indiciou o motorista do caminhão por omissão de socorro, lesão corporal e homicídio culposo – sem intenção de matar. Como parte da investigação, a polícia ainda vai ouvir o motorista do ônibus e os 17 estudantes sobreviventes.
“Em razão dele está trafegando de forma imprudente e em zigue-zague na pista, pode até caracterizar homicídio doloso. Existe um processo, o inquérito vai ser encaminhado ao Poder Judiciário e aí, juntando todas as provas, a Justiça vai decidir realmente qual crime ele cometeu”, afirma o delegado João Batista.
A Prefeitura de São Joaquim da Barra e o governo de São Paulo decretaram luto oficial de três dias.
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