Abril 18, 2025

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Até Quando a População de Bem Será Refém da Guerra em Guarus?

O final de semana em Guarus, subdistrito de Campos dos Goytacazes, foi marcado por uma escalada de violência que deixa uma pergunta inquietante: até quando a população será refém da guerra entre facções criminosas? Em apenas dois dias, quatro homicídios foram registrados nos bairros Santa Rosa e Eldorado, e um homem foi baleado no bairro Novo Mundo. Enquanto os números crescem, cresce também o medo de quem vive no epicentro dessa tragédia cotidiana.

A disputa territorial entre grupos criminosos não é um problema novo, mas o agravamento dessa situação expõe uma fragilidade preocupante no aparato de segurança pública. Para os moradores, o risco deixou de ser um temor eventual e se transformou em uma constante: sair de casa, frequentar uma padaria ou simplesmente caminhar pela rua pode ser uma sentença de morte. Não há espaço para a tranquilidade quando o bairro vira palco de execuções e tiroteios.

Entre as vítimas dessa guerra estão não apenas os mortos e feridos, mas também os cidadãos que sobrevivem dia após dia em meio ao caos. Crianças deixam de brincar nas ruas, comerciantes encerram o expediente mais cedo, e famílias se trancam em casa em busca de uma segurança que, na prática, não existe. A presença do Estado é sentida apenas no luto e na indignação: a cada crime, mais perguntas surgem sobre a atuação das forças de segurança.

A população, exausta e acuada, clama por uma resposta concreta da Polícia Civil e da Polícia Militar. No entanto, ações pontuais e repressivas, embora necessárias, não bastam para resolver um problema que é estrutural. Combater o crime organizado exige mais do que reforço no policiamento: é preciso inteligência estratégica, investimento em investigações robustas e articulação entre as diferentes esferas do poder público.

Além disso, a ausência de políticas sociais efetivas contribui para que jovens sejam aliciados pelo tráfico, perpetuando o ciclo de violência. Sem oportunidades de estudo, emprego e lazer, a criminalidade se torna uma alternativa, ainda que trágica, para muitos.

A sociedade civil também tem um papel crucial nesse processo. É essencial pressionar por mais transparência e compromisso por parte das autoridades. Deixar que o medo silencie as demandas é o primeiro passo para normalizar o absurdo e transformar o cenário atual em um estado permanente.

Guarus precisa urgentemente de paz, e essa paz só virá com um esforço conjunto que vá além de medidas emergenciais. Sem uma estratégia integrada que envolva segurança, educação e desenvolvimento, a pergunta continuará ecoando: quem mais terá que pagar o preço dessa guerra?