A data 06 de junho marca o Dia Nacional de Luta contra Queimaduras, instituída pela Lei nº 12.026/2009 com a finalidade de divulgar as medidas preventivas necessárias à redução da incidência de acidentes envolvendo queimados. A porta de entrada para esses pacientes é o Hospital Ferreira Machado (HFM), referência de toda população do Norte Fluminense e o primeiro atendimento é feito no politrauma, pela equipe cirurgia geral e enfermagem. Além disso, o município de Campos possui um Centro de Atendimento Especializado de Queimaduras (CAEQ), que oferece atendimento todas às segundas feiras, pela manhã.
Projeto inovador, cujo espaço recebe o nome do cirurgião plástico, Lenício de Almeida Cordeiro, falecido em 1994 aos 46 anos de idade, vítima de leucemia, a unidade, inaugurada oficialmente pelo prefeito Wladimir Garotinho em 12 de novembro de 2021, está instalada no andar térreo do HFM e conta com uma equipe multidisciplinar para acompanhamento dos pacientes vítimas de queimaduras, após a alta hospitalar garantindo, assim, um tratamento mais humanizado e seguro a esses munícipes que precisam dar sequência a essas intervenções, mesmo depois da saída do hospital.
De acordo com o coordenador do CAEQ, o cirurgião plástico Tércio Abreu da Fonseca, o HFM atende a todos os pacientes vítimas de queimadura da região Norte Fluminense, inclusive os mais graves. O médico informou, ainda, que a queimadura se divide em duas fases: a imediata e a tardia, sendo que na primeira o paciente recebe o tratamento inicial, onde é internado ou não, de acordo com a gravidade da queimadura, com a Superfície de Área Queimada (SAQ), com a profundidade e com os agentes causadores. Passando por essa fase crítica, onde tem grande risco de morbidade e mortalidade, os pacientes passam por uma segunda fase da queimadura, a tardia. Esses pacientes são considerados “os sobreviventes”.
Após a alta hospitalar, os pacientes são cadastrados e acompanhados por uma equipe multidisciplinar no CAEQ. Inicialmente são examinados pelo cirurgião plástico, são feitos os curativos iniciais e encaminhados imediatamente ao serviço de psicologia, assistente social e fisioterapia. Além disso, muitos pacientes são encaminhados para o ambulatório de curativos limpos do Hospital São José (HSJ), sob supervisão da coordenadora da Comissão de Pele do CAE, enfermeira Ângela Carlos do Amaral, para terminar pequenas áreas de cicatriz e enxertos.
“Na fase tardia, é muito frequente sequelas da queimadura, tais como contraturas das cicatrizes, quelóides, cicatrizes hipertróficas, cicatrizes escuras e bridas. Esses pacientes passarão a ser acompanhados pelo CAEQ. Pequenas intervenções cirúrgicas são necessárias em alguns pacientes. Efetivamente, são agendados no centro cirúrgico do HFM para esses reparos”, informou o médico.
Ângela explicou que o CAEQ atende às fases subaguda e crônica. “Esses pacientes com sequelas de queimaduras precisam de um acompanhamento especial e essa unidade foi justamente visando esse nicho de clientela, de modo a dar continuidade ao tratamento, pós alta hospitalar”, disse a enfermeira.
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