Novembro 22, 2024

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Alunos da rede municipal de Campos visitam Escola Família Agrícola (EFA), em Mimoso do Sul

O objetivo foi conhecer o funcionamento das escolas de Campo com ênfase nas práticas pedagógicas

Professores e gestores das escolas municipais Carlos Chagas, situada em Mundeus; Cláudia Almeida Pinto de Oliveira, de Farol de São Tomé; e Maria Cordeiro Borges, de Morangaba, visitaram a Escola Família Agrícola (EFA) Belo Monte, em Mimoso do Sul, inserida na rede Movimento de Educação Promocional do Espírito Santo (Mepes), na última sexta-feira (27). O objetivo da visita técnico-pedagógica foi o de transformação e operacionalização do currículo das escolas do campo, com ênfase nas práticas pedagógicas e na concepção de escola em busca de uma educação territorial e sustentável.

De acordo com o coordenador da Educação do Campos, Marcelo Vianna, a necessidade da visita se deu a partir das demandas das unidades escolares em conhecer outras escolas do campo para conhecimento de suas tecnologias sociais na implantação da Educação do Campo como modalidade de ensino.

No local, os estudantes da EFA apresentaram alguns dos percursos formativos da escola, bem como seus projetos profissionais de jovens em defesa de um campo plural, diversificado e com perspectiva na geração de renda e trabalho. Já a gestão escolar e a coordenação pedagógica apresentaram a organização da escola, a pesquisa como princípio educativo, o envolvimento com as famílias da comunidade escolar, a operacionalização do currículo voltado a Educação da Alternância a partir das mediações pedagógicas, temas geradores e planos de estudos.

“A concepção de Educação do Campo, segundo suas experiências, vai muito além de atividades agrícolas, envolve a organização social, sustentabilidade, o pensamento crítico ao modelo de escolas localizadas no meio rural, sem qualquer projeto de transformação da realidade, a reflexão das políticas públicas e sociais e o desenvolvimento de projetos locais”, explicou Marcelo.

Participaram da atividade equipe técnica da Seduct, coordenações pedagógicas de ensino – Educação Infantil; Ensino Fundamental Anos Iniciais e Ensino Fundamental Anos Finais; de Educação Quilombola, Educação do Campo e cursos de graduação do Serviço Social e Psicologia da Universidade Federal Fluminense que atuam na extensão universitária na E.M. Carlos Chagas.

O articulador pedagógico de Educação Escolar Quilombola, Diego Santos, complementou que a EFA Belo Monte surgiu como uma expansão do Mepes no ano de 2008 e em resposta às demandas formativas dos povos do campo da região por Ensino Médio Técnico Profissionalizante, bem como à necessidade de se construir lógicas produtivas contrárias às práticas exploratórias.

“Conhecer propostas pedagógicas para os sujeitos do campo é consonante com a Política Nacional e Municipal de Educação do Campo. Além de ser um direito para os estudantes das 91 escolas da rede municipal. Um primeiro passo para conhecermos uma modalidade de ensino diferenciada é ver ela acontecendo em sua prática”, disse Diego.

A coordenadora da Educação Infantil da Seduct, Sirley Artiles, falou sobre a visita: “Para mim foi de grande importância esta visita, pois foi possível verificar que a área rural não está tão distante da aprendizagem com a área urbana, que no campo também se aprende tecnologia e que os educandos nesta escola estudam leitura, escrita, matemática, tecnologia, e se expressam muito bem ao explanar seus conhecimentos, aproximando a aprendizagem da realidade local, às necessidades locais. Visitamos as plantações que são todas cuidadas pelos educandos e foi possível verificar todo o zelo para se produzir com qualidade. Ficou nítido que o interesse pela aprendizagem dos alunos, associado às necessidades e à realidade local, é altamente motivador, pois percebemos que ambas vertentes se fazem presentes nos educandos da EFA”, comentou.

Gestora da escola Cláudia Almeida Pinto de Oliveira, Cláudia Maria dos Santos Souza Barreto, falou sobre a importância da visita. “Como nossa escola está implementando oficialmente a escola do Campo, essa vivência foi muito importante para os docentes. Ouvir relatos dos estudantes, ver a prática de uma EFA e principalmente a interação da comunidade neste processo”, finalizou Cláudia.